Naquele canto do café, junto aqueles homens, ouvindo os mudos conselhos com que a mesa, o divã, os espelhos e todo aquele ambiente intervinham na tertúlia, compreendi que aquilo de que o meu doente precisava era de voltar ao café. A doença dele tinha sido leve, ao princípio, mas perante a ausência de café fora-se agravando sem cessar, devendo agravar-se até à morte caso ele não voltasse ao café. Movido por essa certeza, mandei-o levantar no dia seguinte, ainda com 39º, e fomos instalar-nos no café. Os amigos receberam-no com efusão e contaram-lhe todas as novidades em atraso. Pouco a pouco, e tal como podemos ver andar, visível e invisivelmente, o ponteiro dos grandes relógios de “olho de boi” dos cafés, assim vi eu curar-se o meu doente, voltando gradualmente ao seu estado normal por artes do maravilhoso sanatório que é o café, por influencia desse cosmético de desconhecida receita que é o café dos cafés, por influência do divã, dos espelhos, das luzes, dos amigos, do empregado e de todos os inimitáveis pormenores do sítio.
Ramón Gómez de la Serna
And you can't smoke in any of this coffee places...I'm pretty sure coffee was invented by people who were smoking anyways. And they just wanted to invent something so they can stay up late and SMOKE FUCKIN' MORE! That's my theory. Just ask me or Columbo, he'll back me up on this one.» Denis Leary
Wednesday, February 20, 2008
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